quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SOBRE POEMAS E POETAS


Seus alunos certamente já leram ou ouviram poemas. Canções, cantigas de roda, trava-línguas que fazem parte das brincadeiras deles, as músicas que ouvem e cantam, quadas e cordel. Tudo isso são poemas.

É difícil definir as características próprias de um poema. Um texto escrito em versos rimados é um poema, mas outro feito sem rimas também pode ser. Um texto cujas palavras se organizam na folha de papel lembrando a forma do girassol também pode ser um poema. Poemas têm várias formas e falam de diferentes temas.

Ao tomarmos como exemplo poemas consagrados da língua portuguesa, como “Infância”, de Carlos Drumond de Andrade; “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias; “A onda”, de Manuel Bandeira; ou “Emigração e as consequências”, de Patativa do Assaré, observamos que revelam sentimentos como tristeza e angústia, cantam saudades e belezas da terra natal, contam uma história, ou ainda denunciam injustiças de desigualdades sociais, ou seja, versam sobre diferentes temas.

Os poetas escrevem para emocionar, divertir, convencer, fazer pensar o mundo de um jeito novo. Eles usam diferentes recursos, como rimas, repetições, metáforas e até formas diferentes de colocar as palavras no papel. Tudo para transmitir ideias, experiências e emoções ao leitor.

O poeta pode jogar com a sonoridade, rimando as palavras, repetindo sons parecidos nos versos, fazendo que eles ecoem ao longo do texto.

Esses autores também trabalham com ritmo. Fazem que o poema tenha cadência, como um tambor batendo a intervalos regulares. Por isso é tão gostoso ouvir poemas sendo declamados!

Poetas também usam como recurso a comparação. Podem ir além e transmitir a impressão que algo lhes causou, criando imagens. Quando fazem isso, criam metáforas. Assim, dão às palavras um sentido mais rico, como se elas quisessem dizer algo mais.

Apesar de tantas possibilidades, podemos identificar dois aspectos comuns a todos os textos. O primeiro é a maneira original do os poetas verem as coisas, que encanta e emociona o leitor. O segundo, o uso das palavras de forma especial, de modo diferente do habitual. Nas oficinas, vamos estudar esses aspectos. E, também, tratar de alguns recursos poéticos que ajudarão os alunos a ler, analisar e produzir poemas.

Marisa Lajolo, no livro Palavras de encantamento, da Coleção Literatura em Minha Casa, noa fala de poetas, poemas e poesia:

“[...] poeta brinca com as palavras... parece que o poeta diz o que a gente nunca tinha pensado em dizer [...]”

“[...] um poema é um jogo com a linguagem. Compõe-se de palavras: palavras soltas, palavras empilhadas, palavras em fila, palavras desenhadas, palavras em ritmo diferentes da fala do dia-a-dia. Além de diferentes pela sonoridade e pela disposição na página, os poemas representam uma maneira original de ver o mundo, de dizer coisas [...]”

“[...] poeta é, assim, quem descobre e faz poesia a respeito de tudo: de gente, de bicho, de planta, de coisas do dia-a-dia da vida da gente, de um brinquedo, de pessoas que parecem com pessoas que conhecemos, de episódios que nunca imaginamos que poderiam acontecer e até a própria poesia [...]”

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